domingo, 19 de maio de 2013

Dedé Teixeira luta para ampliar produção de petróleo na Fazenda Belém em Icapuí


O 4º secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Dedé Teixeira (PT) está promovendo articulações entre a Petrobras e o Governo do Estado a fim de permitir o aumento da produção de petróleo em terra do Campo da Fazenda Belém (FZB) em Icapuí.

No início de maio, Dedé visitou as instalações do campo, junto com o prefeito de Icapuí, Jerônimo Reis, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do município, Neto Rebouças e o técnico da Semace Sérgio Lobo. Eles foram recebidos pelo gerente setorial da Operação Riacho da Forquilha e gerente interino do Ativo de Produção Mossosó (responsável pelo campo da FZB), Paulo Marinho, e pelo coordenador de implantação de projetos da Petrobras (Ativo de Mossoró), Ricardo Pinheiro. 

Na oportunidade, eles conheceram o Projeto Piloto de Irrigação com Água Produzida no Campo da Fazenda Belém, e os planos de expansão das atividades de exploração de petróleo, que consistem na perfuração de 1.900 poços até 2019.

Já em 2014, a Petrobras pretende perfurar 84 poços produtores e dois injetores (poços onde é injetado vapor para posterior extração de petróleo). “Isso vai permitir o crescimento da produção de petróleo em Icapuí e Aracati, com consequente aumento no pagamento de royalties aos municípios, proprietários e Estado. Além disso, haverá crescimento na arrecadação de impostos municipais e estaduais e maior oferta de empregos por pelo menos seis anos consecutivos”, aponta o deputado. 

Segundo Dedé, novos poços irão gerar também um crescimento da atividade econômica na região, devido à demanda por hotéis, restaurantes, oficinas, lojas de ferramentas e peças, entre outros, elevação da demanda por mão de obra local e externa e maior disponibilidade de água produzida para tratamento e reuso em irrigação e outros fins industriais. Por outro lado, o deputado ressalta que o projeto de expansão se encontra atrasado por falta de obtenção do licenciamento ambiental do Estado.

“Estamos articulando trabalho conjunto entre os técnicos da Petrobras e da Semace, a fim de eliminarmos as pendências para que o licenciamento saia até agosto e a empresa possa concretizar os investimentos”, adianta Dedé, ao citar a geração de 60 empregos em 2014, 140 em 2016 (quando serão perfurados 239 poços), e mais 220 novos postos com os 1.578 poços previstos em 2019. 

De acordo com o deputado, o assunto já foi tratado junto ao governador no ano passado, quando Cid se comprometeu a envidar esforços no sentido de que o trâmite do licenciamento possa ser cumprido integralmente. “O governador também tratou do tema com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, visto que ele é fundamental para que a produção do Campo da Fazenda Belém possa voltar a crescer nos próximos anos”, acrescenta Dedé.

O Campo da Fazenda Belém produz atualmente 1.100 barris de petróleo por dia em 690 poços produtores, numa área de 144 quilômetros quadrados, gerando cerca de 300 empregos diretos. Quarto maior volume de óleo em “in place” (petróleo debaixo do solo), com volume estimado acima de 500 milhões de barris, o campo da FZB é o único do Brasil que injeta vapor (1.100 toneladas/dia) nos poços com a água produzida no próprio campo. A água utilizada na produção de vapor e no Projeto Piloto de Irrigação é processada em uma Estação de Tratamento de Água (ETA). Há ainda oito geradores de vapor em diferentes pontos do campo. Ao todo, a empresa dispõe de 10 poços de água potável que disponibiliza água para região. 

O campo da Fazenda Belém explorou menos de 10% do volume de óleo “in place” em 30 anos de operação, e pretende ampliar a produção em mais 940 barris por dia apenas com os 84 poços previstos para 2014. Caso a licença ambiental saia até agosto, a estimativa é de que os novos poços possam operar em fevereiro de 2014. O projeto de ampliação gira em torno de 28 milhões de dólares, e pode garantir a produtividade e a rentabilidade do campo até, pelo menos, o ano de 2040.

IRRIGAÇÃO

Iniciativa pioneira no Brasil envolvendo instituições como Petrobras, Embrapa, Incra, Sebrae, UFC, UFRN e UFRJ, o Projeto Piloto de Irrigação com Água Produzida no Campo da Fazenda Belém visa o aproveitamento da água obtida junto com a extração de petróleo dos poços em Icapuí para irrigação. A pesquisa está sendo feita em uma área do Assentamento Zumbi dos Palmares, em Aracati, onde residem 71 famílias (258 pessoas).

O projeto consiste na cultura de quatro espécies de plantas: abacaxi ornamental, girassol, girassol oleífero e mamona, num total de 48 culturas protegidas do vento por um cinturão de cana de açúcar. Elas são cultivadas em uma área de quatro hectares e irrigadas várias vezes ao dia com três tipos de água: potável, abrandada (filtrada), e tratada por osmose reversa.

A previsão para a conclusão dos estudos é o final de 2013. Só então haverá comprovação científica se a água pode ser utilizada para irrigar outras culturas. Os técnicos da Petrobras explicam que, nos primeiros anos após a perfuração, do total são extraídos 60% de água e 40% de óleo, percentuais que chegam até a 95% e 5%, respectivamente, com os passar dos anos, mantendo, entretanto, a rentabilidade.

O projeto, situado em área de 4 hectares do assentamento Zumbi dos Palmares, inclui ainda uma área de apoio com dois mil metros quadrados para secagem e processamento da produção, e consome diariamente 150 mil litros de água. Ao final dos estudos, a área será repassada à comunidade.

Hoje, o campo da Fazenda Belém produz 4,5 milhões de litros de água por dia. Mas o potencial é de produzir 11,5 milhões, tendo em vista que alguns poços estão sem operar já que não há onde descartar a água. Se os poços forem perfurados, a produção poderá chegar a 18 milhões de litros de água.